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Espécies reproduzidas 

Parabuteo unicinictus

gavião-asa-de-telha

 

O gavião-asa-de-telha [Parabuteo unicinctus (Temminck, 1824)] é uma espécie de porte médio (46-55 cm de comprimento), de cor pardo-anegrado, de escapulares e calções castanhos, base e ponta de cauda branca e cera e pés amarelos (Sick 1997). A plumagem juvenil é distinta da plumagem de indivíduo adulto. Tarsos e cauda longos. Fêmea maior que o macho. O peso dos machos varia de 515 a 880 g e o da fêmea de 775 a 1630 g dependendo da idade e da subespécie (Bednarz 1995). As marcas distintivas da espécie, nos exemplares adultos, são o 'ombro' cor de telha e a faixa branca na cauda (Olmos & Silva e Silva 2003).De ocorrência natural exclusiva no continente Americano, ocorre do sul dos Estados Unidos à Bolívia, Argentina e Uruguai; Brasil oriental, meridional e central (Sick 1997). São reconhecidas duas subespécies: Parabuteo unicinctus harrisi, dos Estados Unidos até o Equador e Peru, na costa do Pacífico e o Parabuteo unicinctus unicinctus na América do Sul. Esta última subespécie é a de menor porte e a de ocorrência no Brasil. Alimentam-se de aves e pequenos mamíferos (Sick 1997) como ratos e preás (Cavia sp) (Silva e Silva & Olmos 1997). Olmos & Silva e Silva (2003) registram ainda, nos manguezais de Santos e Cubatão, São Paulo, esta espécie predando filhotes de guará (Eudocimus ruber) e socó-caranguejeiro (Nyctanassa violacea), além do encontro de restos de frango-d’água (Gallinula chloropus) e marreca irerê (Dendrocygna viduata) nos locais utilizados pelo gavião para comer as presas capturadas. Um dos aspectos mais interessantes nesta espécie é o hábito gregárioque reflete tanto no comportamento reprodutivo, onde indivíduos jovens ajudam os adultos reprodutores na criação dos filhotes, podendo também exibir relações monogâmicas assim como poliândricas e de poliginia (Bednarz 1995), quanto na caça cooperativa e estratégica, em grupo de mais de dois indivíduos, característica rara entre as aves ( Pacheco 1994, Bednarz 1995, Silva e Silva & Olmos 1997, Olmos & Silva e Silva 2003). Nos Estados Unidos é considerada espécie típica das áreas desérticas e de savana ( Brown & Amadon 1989, Bednarz 1995), no entanto a subespécie brasileira pode ser encontrada tanto em áreas secas do interior do país, por exemplo a região do vale do Jequitinhonha, MG ( Antônio Chaves Filho 2002, com.pess.) e em Coribe-BA, em área de transição caatinga e cerrado ( Robson Silva e Silva 2003, com. pess.), como em áreas de manguezal (Silva e Silva & Olmos 1997, Olmos & Silva e Silva 2001, 2003). No Brasil, até 15 anos atrás, era considerado um gavião raro (Pacheco1994, Silva e Silva 1997). A espécie já foi registrada nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Ceará, Maranhão, Goiás (Pacheco 1994) e Mato Grosso do Sul (Melo et al. 2007). Parece ser ausente na região Norte.

Em cativeiro sua alimentação básica é constituída de codornas domésticas, camundongos, ratos, entre outros. Pode-se fazer uso de suplementos de vitaminas e minerais, desde que orientados por um veterinário.

 

Para saber mais sobre sua biologia:

-Bednarz, J.C. 1995. Harris’ Hawk (Parabuteo unicinctus). In The Birds of North America (146). A. Poole and F. Gill, ed. The Academy of National Sciences, Philadelphia, and The American Ornithologists’ Union, Washington,

-D.C.Braz, V. S. Ecologia e conservação das aves campestres do bioma cerrado. 2008. Tese de doutorado. Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Biológicas. Departamento de Ecologia.

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-Cardoso da Silva, J. M.; Andrade de Souza, M.; Bieber, A. G. D.; Carlos, C. J.Aves da caatinga: status, uso do habitat e sensitividade.http://www.acaatinga.org.br/fotos/publicacoes/55.pdf

-Dantas, M. et al. 2007. Registros Relevantes de Aves para o Estado de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia. 15(1) 113-115.Souza, D. G. S.;

-Borges, O. B. Lista das aves do Estado da Bahia, Brasil – versão novembro 2008. http://www.anor.org.br/listaba_novembro2008.pdf

-Develey, P.F. & Argel-de-Oliveira, M.M. 1996. Nova Localidade para o Gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus) (AVES:Accipitridae) no Estado de São Paulo. Ararajuba. 4:23-24.

-Farias, G.B. 2007. Avifauna em quatro áreas de caatinga strictu senso no centro-oeste de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia. 15 (1) 53-60

-Fukui, L.T.; Martins Filho, Z. Registros Recentes de Parabuteo unicinctus(FALCONIFORMES: ACCIPITRIDAE) nos municípios de Niterói e São Gonçalo, Rio de Janeiro. Boletim ABFPAR 9(1).

-Granzinolli, M. A. M. ; Kamada, B. ; Barros, F. M. Monitoramento do gavião asa de telha (Parabuteo unicinctus) na Baixada Santista, SP. In: XVI Congreso Brasileiro de Ornitologia, 2008, Palmas, TO. XVI Congresso Brasileiro de Ornitologia - Livro de Resumos, 2008, 2008.

-Iury, A.A. 2003. Contribuição ao Conhecimento Ornitológico da Campanha Gaúcha. Atualidades Ornitológicas (112). 12.

-Melo, A.V.; Santos, E.; Nunes, A.P.; Tomas, W.M. 2007. Registro documentado do Gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus) para o Mato Grosso do Sul. Atualidades Ornitológicas (135).14-15.

-Olmos, F.; Siva e Silva, R. 2001. The Avifauna of a Southeastern Brasilian Mangroove Swamp. International Journal of Ornithology 4(3/4). 137-207.

-Olmos, F.; Silva e Silva, R. 2003. Guará. Ambiente, Flora e Fauna dos Manguezais de Santos-Cubatão. Brasil. São Paulo. Empresa das Artes.

-Pacheco, J.F. 1994. O interessante gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus) no Brasil. Um gavião raro ? Atualidades Ornitológicas (61).13.

-Parrini, R.; Raposo, M. A.; Pacheco, J, F.; Carvalhães, A. M. P.; Melo Júnior, T. A.; Fonseca, P. S. M.; Minns, J. Birds of the Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Cotinga 11 (1999):86-95.

-Straube, F. C.; Urben-filho, A. Uma revisão crítica sobre o grau de conhecimento da avifauna do Parque Nacional do Iguaçu (Paraná, Brasil) e áreas adjacentes. Atualidades Ornitológicas nº118, março/abril de 2004, pag. 6.

-Sick, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira.

-Silva e Silva, R.; Olmos, F. 1997. Parabuteo unicinctus(Falconiformes:Accipitridae) na Baixada Santista, litoral de São Paulo, Brasil. Ararajuba 5(1).76-79.

-Wheeler,B.K.;Clark, W.S. 1995.A Photographic Guide to North American Raptors. Academic Press.

 

Falco sparverius

quiri-quiri

 

O quiriquiri [ Falco sparverius (Linnaeus, 1758)] é o menor representante brasileiro da família Falconidae. Tem cerca de 25 cm de comprimento e pesa em média 100g. Ao contrário das outras espécies do gênero, machos e fêmeas não diferem significativamente em tamanho, porém tem um dicromismo acentuado entre os sexos, uma característica incomum nas aves de rapina. Ambos apresentam na cabeça, duas faixas verticais laterais e duas nódoas nucais negras. Macho de cauda e costas uniformemente ferrugíneas, retrizes com larga faixa negra anteapical e ponta branca, asas cinzentas. Fêmea com asas ferrugíneas como as costas, manchadas de negro e de cauda com numerosasa listas negras (Sick 1997). Alimenta-se de grandes insetos, pequenos pássaros, répteis e mamíferos (roedores e quirópteros). Vôo rápido e elegante, geralmente peneira quando caçando. Espécie exclusiva das Américas, ocorre do Alasca à Terra do Fogo e em todo o Brasil, exceto florestas (Sick 1997). No Brasil são identificadas três subspécies F. s. isabellinus, F. s. Cearea e F. s. cinnamominus. Muito comum em áreas campestres. Nidifica em cavidades de árvores ocas, cupinzeiros abandonados, rochas ou barrancos e até mesmo em construções humanas em área urbana. O ciclo reprodutivo inicia com a associação dos indivíduos em pares ou pequenos grupos, seguido de demonstrações do macho que precedem a formação dos casais, seguida de alimentação e cópulas constantes que diminuem com a aproximação do início da postura. A fêmea geralmente toma a iniciativa assumindo posição de cópula e vocalizando. Postura de 3 a 7 ovos, geralmente 4 a 5 ovos brancos, rosados ou creme, marcados de marrom ou castanho e medindo 31-39 x 26-32 (Brown&Amadon 1989) postos a intervalos de 2 ou 3 dias. A incubação é feita pela fêmea substituída às vezes pelo macho à noite durante 29-30 dias. Os filhotes deixam o ninho após 30 dias de nascidos.

Em cativeiro, sua alimentação se constitui de insetos, como grilos e tenébrios, camundongos e codorna doméstica de tamanho adequado, entre outros. Também o uso de suplementos deve seguir a orientação de um veterinário.

 

Para saber mais sobre sua biologia:

 

-Alexandrino, E. R.; Ferraz, K. M. P. M. B.; Couto, H. T. Z. Composição e distribuição espacial de Falconiformes do campus 'Luiz de Queiroz' ESALQ/USP, um agroecossistema. Piracicaba-SP.http://www.usp.br/siicusp/Resumos/14Siicusp/1575.pdf

-Baumgarten, L. C. Ecologia dos Falconiformes de áreas abertas do Parque Nacional das Emas (Mineiros – GO). Dissertação eletrônica. Em:http://biblioteca.universia.net/irARecurso.do?age=http%3A%2F%2Flibdigi.unicamp.br%2Fdocument%2F%3Fcode%3Dvtls000136454&id=22679038

-Braz, V. S. Ecologia e conservação das aves campestres do bioma cerrado. 2008. Tese de doutorado. Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Biológicas. Departamento de Ecologia.

-Brown, L.; Amadon, D. 1989. Eagles, Hawks & Falcons of the World. New Jersey. The Wellfleet Press;

-Cabral, J.C. et al. 2006. Dieta do quiriquiri, Falco sparverius (Aves:Falconiformes), na Estação Ecológica de Itirapina, SP. Revista Brasileira de Ornitologia 14(4) 393-399;

-Cardoso da Silva, J. M.; Andrade de Souza, M.; Bieber, A. G. D.; Carlos, C. J.Aves da caatinga: status, uso do habitat e sensitividade.http://www.acaatinga.org.br/fotos/publicacoes/55.pdf

-Carmo, A.U. Levantamento preliminar da avifauna do parque Ecológico do Basalto no município de Araraquara-SP. Revista Uniara, nº17/18 : 257-266. 2005/2006;

-Carvalho Filho, E. P. M.; Carvalho, C. E. A.; Carvalho, G. D. M.; Zorzin, G.Anilhamento e técnicas de capturas de Falconiformes no Estado de Minas Gerais. Ornithologia 1 (1):19-23, junho 2005.

-Dantas, M. et al. 2007. Registros Relevantes de Aves para o Estado de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia. 15(1) 113-115;

-Diversidade de aves em áreas prioritárias para conservação da caatinga. Em:http://www.aquasis.org/adm/arquivos/Farias_et_al_2005.pdf

-Donatelli, R.J. et al . 2004. Dinâmica da avifauna em fragmento de mata na Fazenda Rio Claro, Lençóis Paulistas, São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 21(1):97-114;

-Farias, G.B. 2007. Avifauna em quatro áreas de caatinga strictu senso no centro-oeste de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia. 15 (1) 53-60;

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-Leite, G. A.; Matsui, Q. Y. P.; Monteiro, A. R. Dados sobre avifauna em uma área degradada, em processo de recuperação – campus Urbanova.http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2006/inic/inic/02/INIC0000222_ok.pdf

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-Loures-Ribeiro, A; dos Anjos, L. Riqueza e distribuição dos Falconiformes na planície de inundação do alto rio Paraná, Brasil. Em:http://www.peld.uem.br/Relat2002/pdf/comp_biotico_riquezaDistrib.pdf

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-Müller, Eliara Solange ; Fortes, Vanessa Barbisan . Orçamento de atividades deFalco sparverius (Falconiformes, Falconidae) durante o período de incubação. In: VIII Congresso Brasileiro de Ornitologia, 2000, Florianopólis-SC. Anais VIII Congresso Brasileiro de Ornitologia. Florianopólis-SC : Sociedade Brasileira de Ornitologia, 2000. p. 318-319.

-Olmos, F.; Siva e Silva, R. 2001. The Avifauna of a Southeastern Brasilian Mangroove Swamp. International Journal of Ornithology 4(3/4). 137-207.

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-Serpa, G. A.; Bueno, C. Identificação da avifauna dos morros da Urca e do Pão-de-Açúcar, Rio de Janeiro, RJ.http://www.uva.br/cursos/graduacao/ccbs/revistabiologia/06-09/identificacao-avifauna-morros%20html.html

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